CASO MÉRCIA: JUSTIÇA ACEITA DENÚNCIA CONTRA MIZAEL, O EX DA ADVOGADA MORTA NA REPRESA
O juiz Leandro Jorge Bittencourt aceitou a denúncia da promotoria de homicídio qualificado para o ex-policial militar Mizael Bispo e para o vigia Evandro Bezerra da Silva pela morte da advogada Mércia Nakashima. Ele decretou a prisão preventiva para os dois suspeitos nesta terça-feira.
Das acusações oferecidas pelo promotor de Justiça Rodrigo Merli Antunes na segunda-feira, o juiz não aceitou apenas a acusação de ocultação de cadáver. Isso porque os laudos do Instituto de Criminalista comprovaram que Mércia morreu afogada. Para Bittencourt, o fato de Mércia ter sido jogada viva dentro da represa em Nazaré Paulista mostram que a atitude foi uma consumação do assassinato.
- A intenção de jogar a vítima na represa não era de ocultar o cadáver, e, sim, de consumar o delito doloso contra a vida.
Antunes ofereceu denuncia a Mizael Bispo, ex-namorado de Mércia, por homicídio triplamente qualificado (motivo torpe, meio cruel e recurso que impossibilitou a defesa da vítima) e por ocultação de cadáver. Já o vigia Evandro Bezerra da Silva será denunciado por homicídio duplamente qualificado (meio cruel e recurso que impossibilitou a defesa da vítima).
Bispo ainda não se entregou à polícia. Atualmente, somente o vigia está preso no 1º Distrito Policial de Guarulhos. Em entrevista ao programa Brasil Urgente, da TV Bandeirantes, Samir Haddad Júnior, que defende bispo, afirmou que seu cliente não deve se apresentar à polícia.
Ele afirma que o caso deveria ser transferido para para Nazaré Paulista, a 64 km a São Paulo, local onde o advogada foi assassinada. No entanto, o Ministério Público alega que a comunidade que ficou abalada pelo crime foi a de Guarulhos, onde moram a advogada e os dois suspeitos de terem cometido o crime e o processo corre na comarca da cidade.
De acordo com o promotor, se condenado, Mizael Bispo poderá pegar pena de 16 a 20 anos. Antunes estima que Silva pode ficar até 19 anos preso.
A advogada desapareceu no dia 23 de maio e seu corpo foi encontrado em uma represa de Nazaré Paulista, no interior de São Paulo, no dia 11 de junho. Um dia antes, os bombeiros haviam encontrado o carro de Mércia no local.
Na última sexta-feira, Antunes e o advogado da família da vítima, Alexandre de Sá Domingues, listaram 16 pessoas que podem ser testemunhas da acusação no processo do assassinato da advogada. Entre elas estão Márcio e Cláudia Nakashima, ambos irmãos de Mércia; um funcionário do posto de combustível que viu Bispo conversando com o vigia; e o pescador que diz ter presenciado o momento em que o carro da advogada foi jogado na represa de Nazaré Paulista, no interior de São Paulo.
O inquérito foi concluído por Antônio de Olim, delegado responsável pelo caso, na última terça-feira (27). O documento tem cerca de 1.600 páginas e inclui um mapa cartográfico com a movimentação dos suspeitos no dia do crime. Esse trabalho só foi possível com a quebra do sigilo telefônico de Bispo e Silva, que mostrou onde eles estavam quando receberam ou fizeram ligações, e também com dados do rastreador do veículo do ex-namorado de Mércia.
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